2020 foi um ano atípico. Todos, de alguma forma, fomos obrigados a mudar a rotina. Exatamente quando a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) completa uma década, o mundo nos obrigou a parar. Mas como o consumo e a reciclagem na pandemia mudaram e o que pode – deve – permanecer no futuro?
Os números da década
Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especial (Abrelpe), as áreas urbanas produziram 11% mais resíduos sólidos em relação à criação da PNRS. Isso são quase 8 milhões de toneladas a mais por ano (79 milhões em 2020 contra 71,2 em 2010).
Além disso, a média per capita de lixo produzido está em 380 quilos por ano, o que também é um aumento. Esses números, se mantidos, podem levar a sociedade a um colapso em 2050. Não é um problema que podemos ignorar, pois ele chegaria em um momento em que a maioria de nós ainda estará aqui para sofrer as consequências.
Como a reciclagem na pandemia mudou
Com mais tempo em casa, as pessoas naturalmente adotaram novos hábitos. Pode parecer uma mudança pequena, mas preparar a própria maionese em casa (em apenas 10 minutos!) economiza a produção, transporte e descarte de um pote plástico. Em um país que recicla menos de 1,5% do plástico que produz, isso importa.
Dividindo a casa entre lar e escritório, a necessidade de manter o ambiente agradável e funcional aumentou. A busca por pontos de coleta de lixo para reciclagem na pandemia aumentou. Com cada um tendo de lidar com as próprias tarefas domésticas (cozinha, faxina e gestão de resíduos), a busca por eficiência e sustentabilidade aflorou. E deve seguir ao fim da pandemia.
Reciclagem na pandemia e emprego
De acordo com a prefeitura de São Paulo, atualmente cerca de duas mil pessoas trabalham catando lixo. Uma maior conscientização das pessoas pode fazer com que a destinação de lixo residencial para reciclagem aumente. Isso significa, na prática, mais renda para pessoas que executam um trabalho de extrema importância.
Nossa geração foi a “escolhida” para mudar o mundo. O planeta não suportará os hábitos que cultivamos até aqui. Por isso, olhar para o nosso lixo e ver nossa responsabilidade na forma como ele será destinado é fundamental. Demos um passo importante em uma situação adversa. É hora de darmos o próximo.
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