A remanufatura é um aspecto chave da economia circular. Ao entender o significado do termo e suas diferenças entre outros, como reciclagem e reutilização, fica clara a sua importância para uma cadeia produtiva que utilize menos recursos e energia, descartando o mínimo de resíduos possível.
A reciclagem se refere ao processo em que as matérias-primas de um produto são usadas para a fabricação de um produto novo, como no caso das latinhas de alumínio. Já a reutilização não envolve nenhum processo de transformação do produto: ao invés de usar copos descartáveis, você leva seu próprio copo dobrável na bolsa, utiliza, lava e reutiliza, por exemplo.
A remanufatura, por sua vez, é, de acordo com o Centre for Remanufacturing & Reuse, o site do Centro de Remanufaturação e Reutilização (CRR) do Reino Unido, “o processo de devolução de um produto usado, pelo menos, à sua performance original, com uma garantia equivalente ou melhor à do produto recém-fabricado”.
O funcionamento e o papel da remanufatura
A remanufatura começa com a desmontagem completa do produto. Este deve ser limpo, restaurado e ter cada um de seus componentes revisado, para eventuais substituições de partes defeituosas. O produto remanufaturado passa, então, por teste individual. Nele, precisa ser verificado um desempenho, no mínimo, igual ao de um produto novo.
Portanto, a remanufatura deve ser irrelevante para o consumidor em termos de qualidade. Não pode haver diferença entre comprar um produto novo ou um remanufaturado. Quando se fala de preço, entretanto, o processo é altamente vantajoso. Um produto remanufaturado pode custar até 60% do valor de um novo.
Para a indústria, a remanufatura representa, além da economia, conformidade com as leis. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) exige uma destinação ambientalmente correta. Além disso, co-responsabiliza todos os membros da cadeia: distribuidores, revendedores e consumidores também estão sujeitos a sanções legais por descarte inadequado.
A remanufatura ajuda a criar emprego e renda na economia circular. Proprietários são remunerados ao devolverem seus produtos em fim de vida útil para a remanufatura; empresas (como a Mazola!) se encarregam da gestão de resíduos de distribuidores; e são contratadas por fábricas para fazerem a coleta e entrega destas peças ao local de origem.
Ao buscar este tipo de serviço, dê preferência a empresas habilitadas. A Mazola tem as certificações ISO 9001 e 14001, podendo emitir todas as certidões ambientais que você necessita para estar em dia com a PNRS.
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Antes de falar de design circular, é preciso falar da origem do design. Com a Revolução Industrial do século 18, o conceito de produção em massa deixou de ser teórico. O acesso universal a bens e serviços se tornou tecnicamente viável. Havia agora a necessidade de se encontrar soluções para tornar a produção inteligente. O designer surge com a responsabilidade de designar os recursos da melhor maneira possível.
Design significa ter e desenvolver um plano, um projeto, significa designar. É trabalhar com a intenção, com o cenário futuro, executando a concepção e o planejamento daquilo que virá a existir
Mônica Moura – designer e pesquisadora
A filosofia do Design, chamada em inglês de Design thinking, dita os rumos da indústria, do consumo e da sociedade. Após a Crise de 29, originada pela quebra da Bolsa de Valores de Nova York, os profissionais de Design foram instruídos a desenvolver produtos com obsolência programada. Para aumentar o consumo, era necessário comprar um produto, usá-lo por um período curto de tempo, descartá-lo e comprar um produto novo.
Ainda que haja justificativas para alguns produtos terem obsolescência programada, como lâmpadas mais baratas feitas a partir de componentes de menor durabilidade, essa não é a regra. Eletrônicos, como celulares e videogames, são descartados ainda em bom estado para que um modelo mais recente seja comprado.
Design circular: uma mudança de paradigma
Este modelo de economia linear é insustentável. Produz grandes quantidades de resíduos, descartados no meio ambiente – só o plástico mata, anualmente, 100 mil animais marinhos no mundo. Os produtos não são, em geral, construídos para serem desmontados depois. Isso impede uma reciclagem adequada.
O conceito de design circular busca, a exemplo do Design thinking tradicional, reimaginar a indústria, o consumo e a sociedade. Em vez de produtos apenas acessíveis com um desempenho razoável, o design circular pensa no impacto destes produtos de forma mais ampla. O poliéster tem antimônio na composição. Este metal pesado é potencialmente cancerígeno. Este é um “produto de qualidade”?
O lixo é um erro de design. O design circular busca criar um mundo sem lixo: produtos pensados para serem ressignificados, sem perda de valor agregado. Matérias-primas que não agridam o meio ambiente ao serem extraídas ou descartadas. Desenvolver ciclos produtivos a base de fontes de energia limpas. Colocar fim à padronização e celebrar a diversidade no consumo.
O design circular é um recomeço. A exemplo do surgimento da profissão, tem um desafio imenso à frente. E, assim como no passado, seu êxito pode representar uma mudança para melhor no mundo em que vivemos.
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